quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Brasil é corrupto, violento e racista, diz relatório da ONU

Conclusão faz parte do primeiro raio X completo sobre a situação dos direitos humanos no País


O Brasil precisa solucionar com urgência a questão da violência e da desigualdade social no País. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU), que acaba de preparar o primeiro raio X completo feito sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, destacando problemas como corrupção, desigualdade social, racismo, tortura e impunidade.
O documento alerta ainda que Brasil não cumpriu as recomendações feitas pela entidade. A ONU, em 2005, deu um ano para o país adotar medidas para a proteção dos direitos humanos. Dois anos depois, o governo ainda não respondeu à ONU o que fará para lidar com os problemas.
O raio X faz parte de uma nova estratégia do órgão de avaliar a situação de cada país, e o Brasil será um dos primeiros a ser examinado. O documento será debatido na plenária da ONU em abril e, até lá, o governo terá de se preparar para dar respostas aos problemas. O exame reúne relatórios preparados pela ONU desde 2001 sobre o Brasil e faz um balanço geral da situação no país, considerada como preocupante.
Segundo o documento, em 2005, a ONU fez uma série de recomendações ao país diante da crise na proteção aos direitos humanos. Entre as medidas solicitadas estavam o tratamento da impunidade no sistema judiciário, o problema da expulsão de indígenas de suas terras, o fim da tortura e superlotação nas prisões e assassinatos extrajudiciais. De acordo com o órgão, o Brasil deveria ter fornecido as informações em 2006. Mas até agora nada foi apresentado.

Violência

Em todo o documento, a violência no país surge como um fator que vem atingindo um número cada vez maior de pessoas e violando os direitos humanos das formas mais diversas. Para a ONU, um dos desafios para o governo é como manter a população segura. "A violência em todas as idades aumentou na última década, transformando o assunto em um dos mais sérios desafios enfrentados pelo país. Os homicídios de adolescentes entre 15 e 19 anos aumentaram quatro vezes nas últimas duas décadas, atingindo 7,9 mil em 2003", afirmou o Unicef em sua contribuição para o documento da ONU.
Segundo o relatório, o número total de homicídios no Brasil por ano poderia ser de até 50 mil e a violência seria a principal causa de morte para pessoas entre 15 e 44 anos de idade. Impunidade, guerra entre gangues e violência policial estão entre os principais fatores desses índices alarmantes.

Tortura

O raio X ainda destaca o uso da tortura generalizada como uma prática para obter confissões em prisões e alerta que muitos juízes não classificam esses atos como tortura, preferindo apenas citar "abuso de poder". Nas prisões, o documento alerta que a ocupação seria três vezes maior do que a capacidade das instalações e pede o fim imediato da "superlotação endêmica" e das "condições desumanas" em que são mantidos os prisioneiros.
Uma das formas de atacar a violência e esses problemas seria a reforma urgente do sistema judiciário, o que acabaria contribuindo para lidar com a impunidade e a corrupção. Para a ONU, a reforma tem amplas condições de ser realizada.

Desigualdade

As disparidades sociais também fazem parte da lista de preocupações da ONU, principalmente o desenvolvimento social no Norte e Nordeste. Segundo o Unicef, 50 milhões de pessoas no Brasil ainda vivem na pobreza e, apesar dos avanços, o país está entre os cinco mais desiguais do planeta.
Um exemplo da desigualdade está na educação. Para a entidade, os avanços no número de matrículas nos últimos anos mascaram uma desigualdade extrema. "No Norte e Nordeste, apenas 40% das crianças terminam o primário", afirma o documento. No Sudeste, essa taxa seria de 70%. Cerca de 3,5 milhões de adolescentes ainda estariam fora das escolas. Os motivos: violência e gravidez precoce.
Outro exemplo de desigualdade está na saúde. Os indígenas têm um índice de mortalidade que é o dobro do de uma criança no Sudeste. Cerca de 87% da população tem acesso a água encanada. Mas os 20% mais ricos da população têm um acesso 50 vezes maior do que a parcela dos 20% mais pobres.
Para o Unicef, o Brasil está no caminho de atingir metas do milênio de reduzir a pobreza. De fato, a desigualdade social começou a dar sinais de melhorias. Em 1993, 35% da população viva com menos de R$ 40 por mês. Em 2006, essa taxa caiu para 19,3%. A baixa nutrição caiu mais de 60% para as crianças de menos de um ano desde 2003. Mas ainda existem cerca de 100 mil crianças que passam fome nessa faixa de idade.

Racismo

Outro alerta feito pela ONU é quanto à "generalizada e profunda discriminação contra afro-brasileiros, indígenas e minorias". Os vários documentos da ONU destacam a existência do racismo no país e ainda critica o fato de que a demarcação de terras indígenas está ocorrendo de forma lenta.
Essas características podem atrapalhar muito a imagem do Brasil no exterior - que já não é lá grandes coisas - e atrapalhar empresas estrangeiras a investirem em nosso país.
É vergonhoso que esse tipo de raio-x seja feito num país de tamanha missigenação étnica.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A "renúncia" de Fidel Castro


Líder máximo do governo de Cuba desde o processo revolucionário de 1959, Fidel Castro representou o último resquício do comunismo dentro do continente americano. Muitos afirmam que seu governo personalista não se insere nos ideários políticos de esquerda, entretanto, podemos ao menos afirmar que a trajetória desse líder político e de seu governo representou uma singular experiência na história política. Retomando o seu processo de chegada ao poder, não podemos deixar de destacar como a ingerência norte-americana no território cubano fez de Fidel um entrave à total hegemonia política e ideológica almejada pelos Estados Unidos. Desde o processo de sua independência até o golpe de 1959, os Estados Unidos tinham Cuba como um verdadeiro quintal de sua “hegemonia”. Além de se beneficiarem com a subserviência política dos governantes locais, muitos estadunidenses tinham a ilha como um local propício para o turismo e o lazer. Inconformado com um país onde havia desigualdade social e prosperidade da economia agro-exportadora, Fidel tentou durante toda a década de 1950 criar um grupo de revolucionários interessados em tomar o poder por meio das armas. Três anos após um exílio no México, onde conheceu Ernesto “Che” Guevara, ele formou uma nova guerrilha, Fidel retornou à ilha de Cuba disposto a executar seu plano golpista. Entrando em combate com o Exército, Fidel recuou seus homens e se dirigiu ao interior, na região da Serra Maestra. Utilizando uma tática militar descentralizada, pequenos grupos se formaram gradativamente tomando de assalto regiões e cidades de Cuba até que, em 1959, o governo de Fugêncio Batista sucumbiu as forças revolucionárias formadas nesse período. Sem uma clara definição política perante a bipolarização ideológica do período, o novo governo cubano não tinha ainda um projeto político muito bem definido. Porém, conforme as medidas de caráter popular, como a nacionalização das empresas, a reforma agrária e a concessão de crédito a pequenos produtores, foram postas em prática e esse período de indecisão política chegava ao seu fim. Contrários a essa política, os Estados Unidos buscaram de todas as maneiras reverter as reformas populares de Fidel. Com a impassividade do governo cubano, os EUA decidiram romper suas relações em 1961. Cuba, que dependia do mercado norte-americano, se aliou aos socialistas soviéticos. A União Soviética, dessa forma, manchou a hegemonia dos Estados Unidos no continente americano. Che Guevara, que não simpatizava com a influência soviética, se afastou do governo cubano. A partir daí, Fidel Castro consolidou um governo unipartidário e voltado à ampliação de seus poderes. A queda do socialismo soviético, na década de 1980, provocou uma séria guinada na situação cubana. Mesmo tentando sanar as questões referentes ao abastecimento, a saúde e a educação, Fidel agora teria que remanejar uma economia desvinculada do maciço apoio soviético. Com isso, o governo cubano foi obrigado a investir no setor turístico e permitir a entrada de recursos de cubanos residentes no exterior. Nos últimos anos, acordos bilaterais com o governo da Venezuela trouxeram uma relativa superação dos problemas vividos no final do século XX. Cercado por polêmicas e divergências a era Fidel Castro traz à tona um debate figurado pelas contradições de seu regime. Muitos apontam que a perseguição política e a miséria são os pontos que fazem de seu governo uma experiência frustrada que motivou as constantes fugas de cubanos para outros países, principalmente, para os Estados Unidos. Seus defensores, por outro lado, elogiam o posicionamento autônomo, a erradicação do analfabetismo e a excelência nos serviços de saúde como grandes triunfos da administração de Fidel. Os sucessivos problemas de saúde de Fidel Castro o afastaram do poder causando uma verdadeira incógnita política em Cuba. Desde julho de 2006, o governo foi assumido provisoriamente por seu irmão Raul Castro. No entanto, vários analistas políticos não conseguem definir quais as possíveis mudanças na vida política de Cuba. De acordo com alguns especialistas, o governo Bush já teria em mãos um plano para dar fim à ditadura comunista do país. Sob a alegação de buscar o prevalecimento de instituições democráticas, os EUA pressionariam outras nações a exigirem uma reforma política em Cuba. Sem dar um tom melancólico a sua saída ou incitar algum tipo de mobilização popular, Fidel declarou – depois de mais de quarenta anos de mandato – que não tem interesse em se perpetuar no poder, impedindo a chegada de outras novas lideranças políticas. Além disso, o ex-presidente cubano afirma que seu atual papel será o de um “soldado das idéias”. Mesmo não podendo dar certeza sobre o futuro político de Cuba, percebo que o longo período de um governo focado na figura de Fidel Castro traz um grande vazio no vindouro cenário político cubano.
As perguntas que não querem calar,será mesmo que Cuba deixará se ser socialista?
Quem conseguirá preencher a imensa lacuna no espaço político cubano deixado por Fidel?
Qual o futuro de Cuba?
Quando os EUA vão invadir Cuba?(rs)

Eclipse Lunar

SIMULAÇÃO DO ECLIPSE LUNAR DE 21/02/2008



Bom meus alunos,exatamente às 22h43 pelo horário de Brasília, a Lua iniciou sua jornada dentro do cone de sombra criado pela Terra, que bloquea os raios solares que atingem a Lua. Aos nossos olhos, vai parecer que a Lua levou uma "pequena mordida", que vai crescendo à medida que o tempo passa até se tornar completamente encoberta pela semi-escuridão.
De acordo com cálculos astronômicos, a Lua permanecerá totalmente imersa no cone de sombra durante 50 minutos. Esse período é 57 minutos menor que a máxima duração que um evento desse tipo permite, que é de 107 minutos. O eclipse total tem início às 00h01 de quinta-feira e segue até às 00h51, mas antes e depois desse período as diversas fases podem ser apreciadas.
O fenômeno tem visibilidade total na América do Sul, na parte oriental da América do Norte, assim como nas regiões ocidentais da Europa e da África. Ao contrário dos eclipses solares, os da Lua não apresentam riscos para a visão humana.
Para quem preferiu dormir só posso dizer que perderam um espetáculo de rara beleza...No eclipse total a lua ficou até vermelha,coisa linda...acho q em agosto tem outro...

Abraço a todos,

Tio Junior

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Satélite militar dos EUA deve cair na Terra em março.

Um satélite militar dos EUA que se descontrolou e está em órbita descendente deverá atingir a Terra na primeira semana de março, informam autoridades. O local da queda ainda não pôde ser determinado.
Funcionários do governo americano familiarizados com a situação dizem que cerca de metade das 2,2 toneladas do equipamento deverão sobreviver ao calor intenso da reentrada e espalharão destroços, alguns potencialmente perigosos, por uma área de centenas de
quilômetros.O satélite, conhecido pelo código militar US193, tem foguetes de manobra que contêm um combustível tóxico, hidrazina. Foi lançado em dezembro de 2006, perdendo energia e seu computador central logo em seguida, o que o tornou incontrolável.
Ele transporta um equipamento secreto de produção de imagens
. Autoridades dos EUA pretendem evitar que esse equipamento seja recuperado por pessoas não autorizadas.”Chineses e russos passam um tempo enorme tentando roubar tecnologia americana”, diz o especialista em defesa e espionagem John Pike. “Ter o mais sofisticado satélite de espionagem por radar… ter grandes pedaços dele caindo nas mãos deles… não é um desfecho agradável”.
Será difícil prever onde os destroços cairão antes que o satélite chegue a cerca de 80 km de altitude, disse o rastreador de satélites canadense Ted Molczan. A partir desse momento, a queda deverá durar 30 minutos. Nos últimos 50 anos, cerca de 17 mil objetos artificiais reentraram a atmosfera terrestre. A maior queda descontrolada de um veículo espacial americano foi a do Skylab, uma estação espacial de 70 toneladas que caiu em 1979. Seus destroços atingiram o Oceano Índico e partes desabitadas da Austrália, sem causar danos. Em 2000, engenheiros da Nasa guiaram a queda do Observatório Compton de Raios Gama, usando foguetes a bordo da estrutura de 15 toneladas para lançá-la no Oceano Pacífico.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

OMC acata pedido de emergentes na Rodada Doha


A Organização Mundial do Comércio (OMC) apresentou hoje sua nova versão do que deve ser um acordo final da Rodada Doha. Sem um avanço nas posições dos países há meses e indefinições em vários setores, o rascunho do entendimento mantém a maioria das propostas de 2007 inalteradas. Mas o Brasil estima que as poucas modificações foram positivas e abrem a possibilidade para que os interesses industriais do País sejam defendidos. A proposta prevê um corte de tarifas de importação para os produtos industriais nos países emergentes, como o Brasil, de mais de 63%. Em troca, os europeus incrementariam a abertura de seu mercado agrícola em alguns pontos porcentuais e os americanos aceitariam um teto de no máximo US$ 16,4 bilhões nos subsídios que distribuem todos os anos.O texto é praticamente uma repetição do que já havia sido apresentado há sete meses. Mas no setor industrial deixa aberto o nível de proteção que os países emergentes poderão adotar para garantir que setores sensíveis não sejam afetados. O Brasil conta com esse mecanismo para evitar uma abertura exagerada em setores como automotivo, têxteis e químicos. No texto anterior, apresentado em julho de 2007, a OMC indicava que apenas 10% dos produtos importados pelos países poderiam ser colocados como sensíveis no campo industrial. Na versão atual, o número desapareceu, depois de uma pressão forte dos países emergentes. O Brasil insiste que precisava de 16% de suas linhas tarifárias protegidas e chegou a ameaçar optar apenas pelo Mercosul como acordo se a OMC não atendesse seu pedido. A OMC optou por retirar qualquer número sobre a quantidade de setores sensíveis e caberá agora aos governos chegar a um consenso sobre qual nível de flexibilidade vão querer.